sábado, 7 de novembro de 2009

O amadorismo no ensino digital

A maioria dos professores é comprometida com o ensino e com a aprendizagem de seus alunos, como o contexto escolar e social, porque leva a sério sua tarefa pedagógica e ama o que é e o que faz.
Freire nos admoesta ao afirmar que ‘A esperança com que a autoridade docente se move implica uma outra, a que se funda na sua competência profissional. Nenhuma autoridade docente se exerce ausente desta competência. O professor que não leve a sério sua formação, que não estude, que não se esforce para estar à altura de sua tarefa não tem força moral para coordenar as atividades de sua classe’ (Freire, 2007, p. 91-92).
Quando se trata de ensino digital, os educadores, em sua grande maioria, continuam sendo amadores. Como a sua formação intelectual era ou é do etilo analógico, mostram-se resistentes às novas exigências digitais. Ao comparar a profissão docente pedagógico com outra profissão do mercado de trabalho, sobretudo de empresas multinacionais, podemos perceber que esta é altamente competitiva ao passo que a profissão docente, em geral, não o é. Muito menos no método do ensino digitalizado.
O que aconteceria se uma instituição escolar exigisse uma qualificação profissional digital ao corpo docente, caso contrário, este estaria desempregado? Será que este fato não ‘acordaria’ os educadores a saírem do seu cômodo ninho? Será que já não é oportuno que todo professor tivesse uma mínima formação tecnológica digital quando os seus educandos já a têm? Se não convém que um cego guie outro cego, como pode, então, um cego guiar a um que vê?
Para o ensino e a aprendizagem de qualidade e de projeção para o futuro não basta simplesmente ter as ferramentas adequadas, requer, outrossim, pessoas qualificadas, competentes e profissionais também nesta área. Requer pessoas em busca do ‘Mais’ (Freire, 2007), insaciáveis e apaixonadas pelo ensino modernizado. ‘Todos devem saber tudo sobre seu trabalho ou serem capazes de aprender as últimas novidades rapidamente e depois aplicá-las a novas ideias para a criação de valor’ (Veen e Vrakking, p. 23), serem criativos, flexíveis e sempre atualizados.
Você que é professor\a ou deseja sê-lo, assista a um desses vídeos O amadorismo no ensino digital e deixe-se questionar, sobretudo se for um educador tradicional. Pois, dentro de poucos anos esta mesma exigência à competência será fundamental numa escola séria, voltada a atender as inquietações dos seus educandos e preocupada com os futuros protagonistas e líderes da sociedade – o atual aluno.
Referências
VEE, Wim e VRAKKING, Ben, Homo Zappiens, educando na era digital, Artmed, Porto Alegre, 2009.
FREIRE, Paulo, Pedagogia da Autonomia, saberes necessários à prática educativa, Paz e Terra, São Paulo, 2007
PEREIRA, Rogério, http://www.rogeriopa.com/blog/2009/05/o-amadorismo-do-ensino-digital/ 07 – 11 – 2009.

Gabriel Schuh

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