quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Homo zappiens e o desafio da educação

No ensino tradicional a escola, em geral, desconsidera a sociedade e a valorização da capacidade do aluno como sujeito de aprendizagem. Tudo isto devido a supervalorização do conteúdo e da centralidade do professor. No ensino moderno a escola está inserida na sociedade, a escola acolhe a sociedade no aluno, prepara-o a ser sujeito de transformação de sua realidade pessoal, comunitária e social.
Olhando as nossas escolas e a sociedade ou ainda falando com os estudantes do ensino médio percebe-se que é efetivamente real a primeira parte do texto acima, ou seja, o predomínio do método tradicional de ensino.
Se, por um lado, vê-se tanta tecnologia nos meios de produção, transporte, comunicação e pesquisas, por outro, vê-se pouquíssimos recursos tecnológicos nas nossas escolas e menos ainda nos ensinos e nas aprendizagens informatizadas. Além do mais, não é este o desafio inicial, pois para começar a inovar e a revolucionar o ensino e a aprendizagem escolar requer educadores voltados às capacidades do educando, considerar os limites deles – conhecê-los – e, igualmente, considerar a sociedade. Outro elemento relevante e indispensável são os recursos tecnológicos, não necessariamente em sala de aula, porque grande parte dos alunos tem acesso aos recursos fora da escola.
São os educadores tradicionais, portanto, os que freiam este processo e avanço digital escolar, os que se consideram os protagonistas das nossas escolas. Focando a escola moderna onde se considera os educandos os sujeitos da aprendizagem, podemos dizer que, com os recursos tecnológicos, o educando pode escolher o conteúdo, a metodologia e as ferramentas modernas para ampliar e enriquecer as informações em sala de aula e em outros espaços e tempos. O processo educacional não mais se restringe ao tempo-espaço escolar.
O conhecimento, as informações e a aprendizagem são, cada vez mais, vinculadas – ou dependentes - às redes de comunicação interativa tecnológica e não aos livros, quadro negro e ao professor. Desta forma, o aluno será, cada vez mais, o sujeito principal de sua bagagem intelectual, cultural e social.
Além de receber o diploma, uma educação e uma formação na vida, o educando digital entra numa dinâmica universal de redes, conexões e vínculos que perpassam ou se instalam para o resto de sua vida. Podemos chamar isto de dependência ou autonomia???
De qualquer forma, é interessante perceber que as crianças são bem mais curiosas, do que os adultos, elas vão em busca de respostas às suas perguntas\dúvidas, exploram o mundo que contém coisas boas e menos boas. Não por nada que os adultos estejam voltando a estudar, a se atualizar enquanto trabalham.
As crianças ao serem desafiadas, se estimulam e se encorajam mais para se superar e vencer,a seja num jogo eletrônico, ou seja, para vencer na vida. Além do mais, elas vibram com paixão aquilo que fazem, identificando-se.
Tentando concluir, pego algumas frases da reflexão de Albin Toffler em ‘O que as escolas poderiam fazer’. Falando da reescolarização das escolas na sociedade o autor diz: ‘ou as escolas são vistas como um elemento vital na rede social e se desenvolverão visando incluir mais metas não-cognitivas em seu currículo, ou continuarão a focar muito fortemente o conhecimento e a especialização como organizações de aprendizagem e pesquisa’ p. 105-106. Ou ainda, ‘prefere que a sociedade desenvolva uma mistura de escolas e de iniciativas de ensino em casa, já que algumas crianças exigirão disciplina e outras poderão apenas precisar dos recursos básicos e de pouco estímulo’, p. 108.
Além da flexibilidade, Toffler argumenta decididamente afirmando que ‘a diversidade é parte de nossa mensagem. Se quisermos incentivar a confiança, a relevância, o talento, o desafio, a imersão, a paixão e o autodirecionamento na educação, não poderemos fazê-lo sem a diversidade. Um currículo padrão não funcionará’, p. 115.
Por fim, para maiores informações, visite o site: WWW.homozappiens.nl

Referência
VEEN, Wim e VRAKKING, Bem, Homo Zappiens: educando na era digital, Porto Alegre, Artmed, 2009.

Gabreil Schuh

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