domingo, 25 de outubro de 2009

Educação, mudanças estruturais e funcionais das novas tecnologias

Preparamos um questionário que será apresentado para alguns professores de escolas públicas, com objetivo de coletar resultados sobre a nossa temática. Assim que recebermos os resultados dessa pesquisa disponibilizaremos os mesmos aos nossos leitores e seguidores.

1. Você concorda com a informatização em sala de aula? Por quê?


2. Quais os benefícios que a tecnologia em sala de aula poderá trazer para o processo de aprendizagem?

3. Como você percebe a liberdade dos jovens diante das inovações tecnológicas?

4. Analisando o fato de a tecnologia estar invadindo o âmbito educacional, consideras os docentes capazes e aptos para esta nova realidade? Por quê?

5. Você considera a informática como uma “disciplina” ou uma “ferramenta de ensino”? Explique:

6. Qual o papel do computador dentro de uma sala de aula? Para quê?

7. De que forma esta ferramenta deve ser usada?

8. Quem deve “conduzir” sua utilização?

9. Será papel da escola, ensinar informática aos alunos? Por quê?


Contextualização  

Neste contexto, a informática vem adquirindo cada vez mais relevância no cenário educacional, sendo sua utilização um instrumento de aprendizagem e sua ação no meio social e educacional vem aumentando de forma rápida.

Com isso, a educação vem passando por mudanças estruturais e funcionais frente a essa nova tecnologia, havendo uma época em que seria necessário justificar a introdução da Informática na escola, hoje em dia, já existe um significativo consenso quanto à sua importância no processo de construção da aprendizagem.

Entretanto o que vem sendo questionado é a forma com que essa introdução vem ocorrendo.

“No fundo, persiste ainda um problema da própria pedagogia tradicional que não transita pelas teorias pós-modernas da aprendizagem, muitas vezes não se incluindo na formação do educador, a questão da aprendizagem tecnológica, fazendo com que este profissional permaneça, à margem da história contemporânea, ou seja, contemplado por limitados treinamentos”. (Vilela, 2007).

Este processo de inclusão tecnológica em sala de aula tende a proporcionar aos professores e alunos “aprender a aprender” num processo coletivo de construção do aprendizado interagindo com a tecnologia, frente aos novos desafios.

Com tudo, acreditamos que a utilização desses recursos busca também criar um senso critico ao conhecimento técnico e científico do aluno, Freire:

“a educação não se reduz à técnica, mas não se faz educação sem ela, utilizar computadores na educação, em lugar de reduzir, pode expandir a capacidade crítica e criativa de nossos meninos e meninas. Depende de quem o usa, a favor de que e de quem, e para quê. O homem concreto deve se instrumentalizar com os recursos da ciência e da tecnologia para melhor lutar pela causa de sua humanização e de sua libertação.” (FREIRE, 1979, p. 22)

Neste aspecto, vemos a importância da capacitação dos profissionais da educação, pois, sendo a escola uma referencia capaz de contribuir para a socialização de indivíduos, é necessário que os professores trabalhem a inserção de seus alunos nessa nova “era” educacional se atualizando e estando por dentro das novas tecnologias educacionais presentes na contemporaneidade.

As especificidades do ensino centrado no aluno-aprendiz obrigam o professor a tomar uma postura de mediador, buscando inovar e qualificar seus conhecimentos sobre as atuais tecnologias, a fim de propiciar aos alunos, novas metodologias para a construção efetiva de seu conhecimento, tendo como importante ferramenta o computador, onde o objetivo principal nos dias atuais é adaptar no currículo escolar a utilização da informática (computador) como instrumento de apoio às matérias e aos conteúdos lecionados, além da função de preparar os alunos para uma sociedade informatizada.

Devemos despertar os alunos para a consciência e a importância em se utilizar esse recurso adequadamente na escola e os benefícios que o computador pode trazer no processo da construção do aprendizado, porém precisamos estar aptos para estes novos desafios.

Trabalhar com a informática educativa em sala de aula vai além de simplesmente navegar pela Internet buscando sites interessantes destinados à pesquisa de alguns assuntos para um trabalho em determinada disciplina, sendo que, não se trata de um curso de computação, mas da devida utilização dos recursos que o computador oferece, partindo sempre de uma necessidade, de cada disciplina e objetivando seus resultados.

Mesmo o aluno não sendo capacitado, é fundamental levá-lo a um novo ambiente, uma nova sala de aula, muito mais estimulante e divertida, onde desenvolverá seus trabalhos, utilizando os recursos tecnológicos disponíveis. Tudo isso leva tanto o aluno como o professor a uma significativa mudança de postura (disciplina, auto-estima, socialização, motivação, participação, promoção, etc.).

O processo educativo é totalmente possível e deve acontecer com ou sem computador. Porém, quando fazemos uso de um instrumento sobre o qual não dominamos, que é diferenciado na sala de aula, que nos tira do cotidiano giz e quadro negro, sentimo-nos desestruturados e limitados. Mas esse pode ser exatamente o estimulador às mudanças que precisávamos, precisamos encarar os obstáculos que surgem, enfrentando o medo do novo.

Os cursos de informática são importantes para todos os indivíduos hoje em dia, porém, a escola não deve ser considerada como única instituição responsável por desenvolver tal tarefa.

Para tanto, a informática educacional deve fazer parte do projeto político pedagógico da escola, projeto esse que define todas as pretensões da escola em sua proposta educacional.

“(...) o computador em situação de ensino-aprendizagem contribui positivamente para o aceleramento de seu desenvolvimento cognitivo e intelectual, em especial no que esse desenvolvimento diz respeito ao raciocínio lógico e formal, à capacidade de pensar com rigor e sistematicamente, à habilidade de inventar ou encontrar soluções para problemas.” (CHAVES, 2004).

Os professores precisam estar capacitados quanto ao uso do computador enquanto tecnologia de modo que o aluno construa o seu próprio conhecimento e não apenas como uma máquina de motivação para reproduzir os conteúdos pré-definidos. Ou seja, a tecnologia tem que caminhar junto com a metodologia em prol dos objetivos pré - definidos.

Para tanto, a sala de aula necessita de uma reestruturação significativa, proporcionando ao âmbito educacional recursos tecnológicos que a curo prazo estarão presentes no cotidiano escolar. Também será fundamental capacitar o corpo docente para qualificar o processo educativo frente às novas tecnologias.

Referências:

FREIRE, P. Educação e mudança. 14a. edição, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979. Coleção Educação e comunicação.

VILELA, L. R. A formação de educadores na era digital. 2007.

Postado por Janaina Cunha em 25/10/2009.

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